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05/03/2024
Simers defende a valorização e fortalecimento da indústria nacional durante a Expodireto 2024

Programa que fomenta a mecanização das propriedades familiares deve ter reflexo nos negócios da Expodireto, prevê Sindicato

Os fabricantes de máquinas e implementos agrícolas do Rio Grande do Sul estão otimistas com expectativa de retomada nos negócios em 2024, para atender a safra de verão e a demanda que deve ser gerada com o plano nacional de desenvolvimento da indústria do país, elaborado pelo Governo Federal. O programa Nova Indústria Brasil pretende aumentar, até 2033, dos atuais 18% para 70% a mecanização na Agricultura Familiar – com a exigência de que pelo menos 95% das máquinas adquiridas, em sua maioria de pequeno porte, sejam de fabricação nacional.

A expectativa do setor é que o aumento na procura já aconteça na 24ª edição da Expodireto Cotrijal, que acontece de 4 a 8 de março em Não-Me-Toque (RS). Importante feira voltada para a inovação e tecnologia, é onde costumam ser fechados os primeiros negócios no ano e tem presença marcante das máquinas e implementos agrícolas. Outra tradição é o comparecimento maciço de produtores de outros estados e do exterior.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (SIMERS), Claudio Bier, garante que os fabricantes têm capacidade de produção para abastecer às necessidades do mercado. “Essa demanda vai fortalecer o setor. Alcançar 70% de industrialização nas pequenas propriedades pode parecer ousado, mas é plenamente possível. O parque industrial gaúcho, que responde por 65% da produção de máquinas do país, tem todas as condições de fornecer o que o agricultor familiar quer e precisa”, avalia.

Claudio Bier ressalta que a Expodireto Cotrijal é uma grande oportunidade de negócios para fabricantes e compradores. “Acreditamos que, em 2024, o produtor volte a investir. Vínhamos de dois ou três anos muito bons, mas o ano passado foi realmente difícil, agora precisamos que os juros estejam mais acessíveis”, reforça o dirigente, referindo-se à queda de 15% nas vendas do setor em 2023.

Negociações com Brasília – Claudio Bier relata que, em reuniões com o Ministro de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, realizadas em Brasília e Porto Alegre, foi apresentado todo o potencial da indústria nacional de máquinas e equipamentos agrícolas. “Demonstramos para que o setor tem capacidade para repetir o Mais Alimentos, inclusive adaptando, para as pequenas máquinas, a tecnologia embarcada que já é utilizada nos grandes equipamentos”. O programa a que Bier se refere foi lançado junto com o Plano Safra 2023/24, com medidas para estimular a produção e a aquisição de máquinas e implementos agrícolas específicos para a agricultura familiar. “No início, apenas de 3% a 4% dos pequenos produtores estavam tecnificados e hoje o número é bem maior”, relata. 

Semicondutores made in Brasil - Matéria prima que se tornou escassa a partir da pandemia de Covid-19, os semicondutores também serão contemplados pelo novo programa. Bier diz que a produção nacional de chips favorece o ritmo nas linhas de produção. “Quanto menos nós dependermos do produto importado, melhor. Mas esse produto nacional precisa ter um preço competitivo, para que seja produtivo para toda a cadeia”, pondera.

Segurança alimentar, energética e ambiental – Claudio Bier reforça que o setor de máquinas e implementos agrícolas está extremamente conectado com a agenda mundial, que está calcada no tripé alimentos, energias e meio ambiente. “As máquinas, fundamentais e determinantes na produção de alimentos, já utilizam novas fontes de energia e a preocupação ambiental e climática está bastante presente no agronegócio. Além disso, a tecnologia embarcada das máquinas possibilita produzir mais na mesma área plantada, aí falamos de segurança alimentar. Atendemos perfeitamente a esse tripé”, completa o presidente do Simers.