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18/02/2013
Venda de máquinas inicia ano com recorde

Há mais de 40 anos, o mercado de máquinas agrícolas brasileiro não batia um recorde da dimensão do registrado no primeiro mês de 2013, quando foram vendidas 5.859 unidades no País. Conforme dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), do total vendido em janeiro, 965 eram colheitadeiras e 4.262 tratores, que somados a outras máquinas chegam a um incremento de 32,6% em relação a 2012. No ano passado, foram vendidas 904 colheitadeiras e 3.315 tratores, que somadas a outras máquinas chegam a 4.417 unidades.

A valorização dos preços das commodities, especialmente soja e milho, e a renovação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) pelo governo federal foram apontados como principais propulsores dos negócios fechados no setor. “A soja com a saca saindo a R$ 80,00, em 2012, fez com que muitos produtores antecipassem a venda da safra e se capitalizassem, o que favoreceu a compra de máquinas e implementos”, aponta o presidente do Sindicato da Indústria de Maquinas Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers), Cláudio Bier.

O dirigente destaca ainda a situação do arroz, que começou a recuperar os preços em 2012, após longo período de depressão, além de apresentar ótimo desenvolvimento e índices de produtividade. “Os arrozeiros que plantaram soja em áreas alagadas também obtiveram bons resultados no ano passado, pois sofreram menos com a estiagem por contarem com a água armazenada destinada ao arroz”, destaca Bier.

A demora do governo federal em decidir sobre a prorrogação do PSI, que a princípio permaneceria vigente até dezembro do ano passado, também motivou os produtores a se apressarem e fazerem a compra do maquinário, antes do fim do benefício. “Só que o governo prorrogou, e agora outros produtores poderão comprar com juros um pouco mais altos, de 3% ao ano, de janeiro a junho e de 3,5% de julho a dezembro, mas ainda assim muito atrativos”, diz o presidente do Simers.

O diretor comercial da John Deere, Werner Santos, destaca a calmaria do clima neste início de ano como motivador para as vendas. “No ano que passou, os gaúchos viveram uma das piores secas de sua história, não havia clima para compra de máquinas.” Conforme Santos, os tratores continuam sendo as máquinas mais demandadas, seguidos pelos implementos agrícolas, como pulverizadores e plantadeiras. Já a comercialização das colheitadeiras, mesmo com a inclusão no programa Mais Alimentos, não deslanchou como esperado. “É que, nesse caso, era preciso consórcio para comprar, e na hora de colher acaba sendo um problema, pois todos os sócios na compra precisam da máquina ao mesmo tempo.”