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17/04/2008
Prossegue a colheita dos grãos de verão no Estado
Devido ao menor volume de chuvas, registrado nas principais regiões produtoras, a colheita do arroz pode retornar ao seu ritmo normal sem maiores dificuldades e atinge nessa semana 76% sobre a área cultivada, estando bastante adiantada em relação à média. Segundo o levantamento semanal sobre as culturas realizado pela Emater/RS-Ascar, as produtividades médias alcançadas até o momento seguem em patamares elevados (acima dos 6.500 kg/ha), o que deverá consolidar a expectativa em relação à produção prevista. Fato positivo para a cultura foi a excelente valorização do produto durante a última semana. O preço médio da saca de 50kg, oferecido ao produtor, subiu 11,39% em curto espaço de tempo, passando para R$ 26,69. Persistindo a atual situação, a tendência é que em poucos dias os preços consigam alcançar, e até ultrapassar, os patamares históricos para esta época (R$ 28,96/50kg). Soja A colheita da soja segue acelerada apesar dos contratempos trazidos pelas pesadas chuvas verificadas no último fim de semana, com as máquinas avançando sobre 52% da área. O percentual poderia ser maior não fosse a umidade em excesso verificada em algumas lavouras. Apesar das paradas momentâneas, e que coloca a atual safra em desvantagem em relação à anterior, é grande o percentual (37%) de lavouras prontas e que serão ceifadas assim que as condições de umidade assim o permitirem. Na comercialização, o produto segue em alta, com a saca de 60kg obtendo sucessivos aumentos na sua cotação. Durante a semana, a variação foi de +5,32%, passando para R$ 23,88, e marcando uma valorização de 47,47% em relação ao preço do ano passado nesta mesma época. Milho Já a colheita do milho avançou lentamente devido às intensas chuvas ocorridas, alcançando 59% da área contra os 56% da semana passada. Mesmo com essas interrupções, a atual safra se encontra adiantada em relação à média (54%). Conforme os técnicos da Emater/RS-Ascar, apesar das chuvas abundantes terem atingido as principais regiões onde o cereal é cultivado com mais intensidade, a produção total do Estado, como um todo, pouco será alterada. Mesmo assim, para aquelas lavouras que se encontram em floração e em enchimento de grãos e que se destinam, na grande maioria, à subsistência de pequenas propriedades, a umidade deverá dar um outro alento em termos de colheita, desde que a temperatura colabore e permaneça em níveis adequados. Feijão As lavouras de feijão, que necessitavam de água com maior urgência, pois estavam nas fases consideradas críticas na evolução do desenvolvimento das plantas, foram amplamente beneficiadas com o clima nos últimos dias, devendo acelerar e melhorar o potencial produtivo. Mesmo assim, aquelas que já tinham passado destas fases e sofreram com a estiagem, suas produtividades deverão ser menores do que as estimadas inicialmente. A lavoura se apresenta com 53% nas três primeiras fases (desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos). Isto provavelmente não acontecerá com os 18% que se encontram maduros e por colher, já prejudicados pela estiagem. Arroz “O arroz está tendo uma safra muito boa, com preços bem atraentes, e deverá ter uma das maiores safras dos últimos anos. As lavouras de soja e de milho deram uma resposta muito boa, apesar dos percalços do clima, com produtividades elevadas nas regiões menos atingidas pela estiagem. E isso se deve muito em função da tecnologia utilizada pelos produtores, principalmente nas áreas de plantio direto na palha, que proporcionou melhor armazenamento de água”, avaliou do diretor Técnico da Emater/RS, Paulo Silva. Hortigranjeiros Os hortigranjeiros, principalmente nas regiões do Alto Jacuí, Noroeste Colonial, Fronteira Noroeste e Missões, que vinham com maiores dificuldades de produção, em especial as olerícolas, têm, nesse momento, um melhor desenvolvimento das espécies no solo e condições de iniciar a implantação das culturas da época. As chuvas propiciaram aos agricultores a retomada do preparo do solo e plantio das forrageiras da estação. No curto prazo, a volta da umidade também garante a manutenção das pastagens de verão que se encontram em final de ciclo e alivia o problema de abastecimento de água das propriedades, o que momentaneamente põe fim ao problema de dessedentação dos animais. Com retomada do plantio, principalmente da aveia e do azevém, diminui a intranqüilidade do setor, que via na ampliação do período de vazio forrageiro, por falta de formação das novas pastagens, um risco de agravamento na disponibilidade de alimento, característico da entressafra que se aproxima. No Litoral Norte e na região Metropolitana, as primeiras colheitas da florada de outono projetam um resultado animador para os apicultores, tendo em vista que essa ainda está longe de acabar e que normalmente a colheita tem seu início em meados de maio. Já para região da Campanha, o resultado não é tão animador, uma vez que os técnicos projetam uma quebra de aproximadamente 50% da produção devido aos rigores do inverno passado, que se somaram à falta de chuvas na última estação. A expectativa do setor é de bons preços para este inverno, devido à redução da oferta e ao aumento do consumo, principalmente no período de inverno.