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22/01/2008
Governo lança programa Sobreviver para combate à estiagem
O governo estadual lançou, na tarde desta terça-feira (22), o programa Sobreviver, que será instituído através da Secretaria Extraordinária de Irrigação e Usos Múltiplos da Água. Para implantação do programa, que tem como meta prevenir a estiagem no Rio Grande do Sul, a governadora Yeda Crusius anunciou a criação de uma força-tarefa. Orientados pelo secretário Rogério Porto, os integrantes vão iniciar nos próximos dias os trâmites necessários para criação de cinco mil açudes na Metade Sul, formada pelas regiões da Fronteira-Oeste, Campanha e Sul. “A reunião com secretários e prefeitos realizada hoje indica que é necessário conscientizar tanto a Metade Sul quanto o governo federal de que este é o momento para que venham recursos para o Rio Grande do Sul, a fim de se prevenir situações que podem ser mais complexas no futuro”, avaliou a governadora. Para até 2010, está prevista a construção de um total de 36 mil açudes. A construção dos açudes na Metade Sul deve se iniciar em fevereiro, já que a previsão para a região não é das melhores: é esperado um déficit de 50% nas precipitações pluviométricas para o próximo mês, que, tradicionalmente, já apresenta alto déficit hídrico. O secretário da Irrigação, Rogério Porto, reuniu-se, no início da tarde, com os prefeitos da Metade Sul, integrada por 39 municípios, na sede da Federação dos Municípios do Estado do Rio Grande do Sul (Famurs). Após, o secretário e os prefeitos deslocaram-se para o auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff), para uma nova reunião, desta vez com a presença da governadora Yeda Crusius e dos secretários que integrarão a força-tarefa: Ariosto Culau (Planejamento e Gestão), João Carlos Machado (Agricultura), Paulo Maciel (Ciência e Tecnologia), Brenner de Moraes (Meio Ambiente)e Celso Bernardi (Relações Institucionais). A Emater é representada por Mauro Xavier, que também participou do encontro. Recursos A governadora frisou a importância da criação dos açudes e do combate à estiagem, para que sejam evitados prejuízos históricos pela falta de chuva nos meses de verão. Conforme Yeda, há mais de 30 anos a falta de água nesta época vem causando danos não somente às lavouras e aos rebanhos, mas, principalmente, às pessoas que caminham quilômetros em busca de água para sobreviver. "É um sonho ter um projeto central que agrade a todos, mas hoje estamos dando o primeiro passo, com a construção dos açudes. Sem isso, jamais alcançaremos os resultados almejados para nossa agricultura e pecuária”, acrescentou a governadora. Segundo Yeda Crusius, agora é o momento de o Estado se organizar para combater o problema da estiagem: “Pela primeira vez, junto com a bancada federal, conseguimos inscrever no PPA (Plano Plurianual) federal o Rio Grande do Sul e sua Metade Sul, como zona passível de receber recursos a fundo perdido para irrigação. Temos os modelos de irrigação e um conjunto imenso de pequenas propriedades que, se tiverem seus microaçudes, serão capazes de prevenir os prejuízos causados pela seca”. Com relação à formação da força-tarefa, a governadora disse que o objetivo, em primeiro lugar, é agregar forças que permitam identificar qual o potencial do prejuízo que a falta de chuvas estimada poderá trazer. E, em segundo lugar, a capacidade do governo de se organizar juntamente com as prefeituras e a Famurs, para evitar a dimensão prevista. Apoio Conforme Rogério Porto, a construção dos microaçudes contará com equipamentos das prefeituras e com recursos garantidos pela Secretaria da Fazenda. “Também estamos reivindicando apoio à iniciativa junto ao governo federal, pois, sistematicamente, a região tem sido declarada por todos os governos como área prioritária de desenvolvimento. Entretanto, nada tem sido feito”, afirmou. De acordo com o secretário, o Rio Grande do Sul, nos últimos seis anos, recebeu 0,07% dos investimentos federais em irrigação, tendo 55% da área irrigada do país. “Na verdade, é uma irrigação que se faz à custa do irrigante, sem nenhum benefício federal", afirmou. Além dos cinco mil açudes que serão construídos em uma primeira fase, a meta é que até 2010 o número chegue a 36 mil. Segundo Rogério Porto, também estão sendo incorporados ao programa mais 160 mil microaçudes já existentes no Estado.